sexta-feira, 22 de abril de 2011

Seu Sangue

"Ela era muito linda
Perguntava-me se ela era real.
E, durante os dias seguintes,
Essa foi única coisa que eu pensava.
Queria saber se era de verdade.
Ansiava poder tocá-la

Até que tive a brilhante idéia de
fazer uma pequena ferida nela.
Precisava saber que cor era o seu sangue!

Peguei uma adaga, aproveitei que ela estava dormindo,
E, com todo cuidado para não acordá-la,
Passei a lâmina em seu braço.
Ela acordou, e o sangue escorreu...

Aquilo me encantou.
Tudo nela era lindo.
Até mesmo a cor de seu sangue era magnífica!
Eu me empolguei, tinha que ver mais sangue dela...

Foi assim que o seu coração acabou parando em minhas mãos...
Desculpe-me meu amor, eu apenas queria ver a cor de seu sangue.”



Vale









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sábado, 16 de abril de 2011

Meu Primeiro Raio de Sol

Já fazia anos que eu não saia para fora. Passei meus últimos anos trancado naquele quarto vazio. Sem sair para fora, e sem ter contatos com outras pessoas. Vivia apenas naquele quarto escuro sem vida. Finalmente havia decidido; iria encerrar com minha vida. Não havia sentido em continuar assim... Sem nada. Decidi tentar dormir mais uma noite. E, encerraria tudo quando amanhecesse.

Amanheceu, parecia ser um dia como qualquer outro. Não esperava que nada importante fosse acontecer. Decidido, levantei para encerrar a minha vida. Foi quando, ao passar pela janela, um único Raio de Sol bateu em meu rosto. Resolvi abrir a janela, e, aos poucos, aquela luz foi iluminando o meu quarto escuro. Aqueles raios dourados eram quentes e aconchegantes... Aquilo me transmitia uma pureza e paz.

Fiquei toda manhã e a tarde, sentado na janela, apenas observando o Sol.
Foi então que, chegou a noite e aqueles Raios de Sol foram embora. Na esperança de ver aquilo novamente, dormi e levantei cedo mais uma vez. Porém... Não vi mais o sol. Nem mesmo um único Raio de Sol.

Aquele Primeiro Raio de sol, havia surgido, iluminado minha vida, e, à noite, desapareceu para sempre.
Nunca mais vi aqueles Raios de Sol. No entanto, graças àqueles raios, pude abrir a minha janela e ver que o mundo é bem maior que o meu quarto escuro e sem vida. Descobri que a vida estava correndo diante de minhas janelas, de meus olhos.
E ainda não podia encerrar a minha vida!

Não sei de onde você veio, nem para onde foi, Meu Primeiro Raio de Sol, mas, jamais esquecerei de seu brilho e de seu intenso calor.

R.


Vale






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segunda-feira, 11 de abril de 2011

Quando te vejo

Hoje, quando te vejo, percebo que não sinto nada por Você.
Quando te olho, não sinto raiva. Não sinto pena. Não te repúdio. Não te odeio. Não te amo. Não sinto decepção. Não sinto carinho. Não sinto afeto. Não sinto alegria. Não sinto tristeza. Não sinto paixão. Não sinto ciúmes. Não sinto vergonha. Não sinto interesse. Não sinto desprezo. Não sinto dor. Não sinto solidão. Não sinto culpa. Não sinto indecisão. Não sinto consideração. Não sinto orgulho. Não sinto saudade... Não sinto nada. Nada. Apenas um enorme vazio. Um enorme vazio... Nada mais que isso.

No entanto, farei algo por mim, irei guardar as boas lembranças que tivemos juntos. Irei guardar aquele tempo perdido que, Você era apenas uma menininha medrosa, doce, delicada e que gostava de chorar...
Rasgarei suas fotos, e, esquecerei os nossos últimos e terríveis encontros. Não direi mais o seu nome. Não olharei mais o seu rosto, nem procurarei saber como está se sentindo.

E, antes que diga algo, saiba que eu nunca te perdi.
Foi você que soltou-se das minhas mãos e se perdeu na multidão.



Vale





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sábado, 9 de abril de 2011

Carta de despedida

Fiz 21 anos na terça-feira passada. Nenhuma mulher deixou meus braços insatisfeita.
Apenas uma me rejeitou, e quis o destino que fosse ela a única importante.
É por isso que, aos 21 anos resolvi acabar com minha vida...


Quero encerrar minha vida por causa de um coração partido. A mulher responsável por isso é Doña Ana, minha gloriosa, mas perdida alma irmã. Um mundo em que devo viver sem minha querida Doña Ana é um mundo em que não mais desejo permanecer embora ainda seja o maior amante do mundo.

Nenhuma mulher jamais saiu de meus braços insatisfeita, mas isso não tem a maior relevância, agora que perdi a única mulher que já me importou. Assim, no vigor da vida, aos vinte e um anos, decidi encerrar minha vida esta noite. A incomparável Doña Ana foi outrora toda minha, mas a perdi para sempre.

Meu amor pertence agora, para sempre, a essa única e adorável mulher. Nunca mais entregarei todo o meu coração a cada doce jovem, como outrora fazia. Doña Ana me possui, e fugiu de mim, sem qualquer boa razão. Destruiu nossa felicidade, e me deixou apenas com indagações. Por que ela acabou com nossa perfeita bem-aventurança? Por que todas as minhas súplicas foram em vão? Por que meu sacrifício mais sincero foi inútil? Por que ela foi embora de nosso Paraíso sem olhar para trás?

Doña Ana me deu o melhor motivo para me lançar no olvido, mergulhar na eternidade. A memória, como um véu, obscurece minha vista, pior do que minha máscara de seda preta jamais foi. Não posso mais avistar um caminho para continuar por este mundo frio e cruel. Não sei o que ela está sentindo. Creio que pode estar arrependida, sufocada pelo pesar. Gostaria de pensar que ela sente saudade de mim, e que acha todos os piqueniques secos e insossos, depois do requinte das refeições que partilhamos. Seria agradável pensar assim. Mas talvez eu nunca saiba se ela sofre tanto quanto eu. Aquela donzela simples, a quem dei meu amor irrestrito, talvez nunca tenha apreciado que amor excepcional abandonou quando me rejeitou. Doña Ana me deixou apenas as cinzas do amor, me deixou apenas a sofrer as pontadas amargas da rejeição. Outros podem conhecer essa dor alarmante, a terrível humilhação de ser rejeitado por uma mulher. Nunca fui repelido antes daquele dia.

Minha vida sempre fora de felicidade e amor, idolatrado pelas mulheres. Todas sempre me adoraram, e eu a elas, até que Doña Ana fugiu de mim naquela tarde angustiante. Depois que ela partiu, vagueei pela ilha por dias. Quem quer que encontre esta mensagem, suplico que mantenha a visão dessa mulher deslumbrante e desaparecida pairando em sua memória, como ela assoma para sempre na minha.

Lembrei de lhe contar que a túnica de seda branca de Doña Ana fluía em torno do corpo gracioso, até os pés delicados, de tal forma que ela parecia uma sereia enquanto corria de mim? Contei isso? É tarde demais agora. Estou partindo para o olvido...









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terça-feira, 5 de abril de 2011

Eu nasci há 2000 mil anos

Voltando para casa, logo após voltar do correio, para ver a Menina do Correio, encontrei um amigo. E no caminho, passamos por um lugar, postinho de saúde ou algo assim, onde fiquei sabendo que tinha uns cursos gratuitos. Resolvemos passar para ver se tinha algo interessante.

Aproximei-me da gentil e educada moça do balcão, e perguntei:

- Olá, gostaria de saber sobre os tais cursos que tem aqui?

- Que curso? – perguntou espantada.

- Ah... Parece que aqui tinha uns cursos de violão, teclado, mecânica básica e outras coisas.

- Sim, mas são para adolescentes de 17 à 24 anos! – respondeu a jovenzinha.

Acho que por ela ter visto o meu cabelo “tonight”, ela deve ter pensado que eu ainda fosse completar 52 anos.

- Ah! – respondi – Desculpe ai se aparento ter mais de 2000 mil anos de idade!

E Jesus foi embora do estabelecimento.

Vale




(foto minha)


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segunda-feira, 4 de abril de 2011

Cor de rosa é de Menina

Música que eu cantava com as primas quando eu era mais jovenzinho.
Letra e composição de minha autoria, registrada com direitos autorais. Quem plagiar é pederasta!!



Cor de rosa é de menina
Cor de rosa é de menina
Azul, vermelho e os restos das cores são de piá (São de piá)

Um dia na escola eu vi uma menina
Vestindo uma blusa azul
Eu cheguei e disse para ela

Cor de rosa é de menina
Cor de rosa é de menina
Azul, vermelho e os restos das cores são de piá (São de piá)

Um dia no campinho eu vi um menino
Usando uma jaqueta rosa
Eu cheguei e disse para ele

Cor de rosa é de menina
Cor de rosa é de menina
Azul, vermelho e os restos das cores são de piá (São de piá)

(solo dançando)

Cor de rosa é de menina
Cor de rosa é de menina
Azul, vermelho e os restos das cores são de piá (São de piá)

Cor de rosa é de menina
Cor de rosa é de menina
Azul, vermelho e os restos das cores são de piá (São de piá)



Vale






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