domingo, 15 de setembro de 2019

Um pouco do lado oculto da diversão

Texto que publiquei nas minhas redes sociais onde mostro meu trabalho.


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Normalmente, escreveria isso no meu blog pessoal e lá ficaria confinado com outros textos que escrevi, porém, resolvi postar esse na minha página artística, para que conheçam um pouco de mim. Sintam-se honrados.

Aos poucos estou começando a escrever um novo livro, novo pois já escrevi um. Poucos sabem, ainda mais que guardo este livro em "segredo".

E agora, começo outro livro. Contando um pouco de toda a diversão. Já que enquanto estou com toda essa maquiagem, roupa e suor, muitos pensam que tudo parece ser tão feliz e alegre, esquecem que por trás de tudo isso existe uma pessoa igual a vocês. A única diferença, que tenho a missão de fazer as pessoas felizes, nem que seja por algumas horas, sem importar como estou me sentindo ou se estou bem, seja emocionalmente ou fisicamente.

Às vezes, o sorriso não é real, não passa de uma maquiagem assim como essa.

Há muito tempo, em 2011, para ser mais exato, logo quando cheguei em Canasvieiras, conheci um palhaço. Desses que trabalham na rua ou no semáforo, em troca de algumas moedas. Certo dia, aproximadamente sete horas da noite, estávamos sentados em um banco em frente ao mar, o encontrei ali por acaso. Me aproximei e começamos a conversar. Ele logo me contou um pouco de sua vida, que estava com saudades da filha, que se afastou de todos, pois se perdeu por causa das bebidas, mas que fazia de tudo para seguir em frente e alegrar as pessoas.

Fazia uma meia hora que a gente estava ali "trocando uma ideia", eu o queria conhecer um pouco, e, como eu recém estava ingressando a esse mundo de ser animador, até pensei que poderia pegar algumas dicas, por que não? Até que, de repente, uma família o chama. Eles estavam meio longe, uns 100 metros, queriam que ele fosse até eles para fazer alguma palhaçadinha para a filha deles. Ele não hesitou e foi correndo, mesmo cansado e desanimado. Fiquei apenas observando de longe. Minutos depois ele retornou, com cabeça baixa e um sorriso forçado. Só deram risadas dele e nada mais. Não ofereceram nenhum dinheiro sequer. Nem agradeceram, simplesmente o trataram como um palhaço.

Nesse dia, aprendi e perdi o encanto pelas pessoas. Ninguém tem empatia por ninguém. Às vezes, quando estamos pagando alguma coisa, ou em uma situação um pouco melhor, nos achamos no direito de maltratar as pessoas. E isso não é algo honroso de se fazer. É repugnante!

Trabalhar com as pessoas não é algo fácil. É cansativo. Sei que está se perguntando "por que não paro com isso?". É simples. Da mesma forma que aprendi que algumas pessoas só querem se aproveitar das outras, também há pessoas que se importam com as outras. Eu conheço os dois lados, é por isso que ainda continuo me doando em troca de alguns míseros e sinceros sorrisos.

Esse texto é curto, tem muito mais que quero escrever no meu livro. Tudo que tem de ruim e, claro, as coisas boas também.

Uma vez teve uma senhora, de uns trocentos anos, no mínimo, que estava em uma cadeira de rodas. Ela me chamou para tirar uma foto, fui e me ajoelhei ao seu lado, mas ela fez questão de juntar forças e ficar em pé.
- Me dói tudo para levantar, mas não quero que um moço tão bonito assim suje sua roupa no chão só para tirar uma foto comigo. - disse esta senhora sorrindo para mim.

Mal ela sabia que eu sujo minha roupa de propósito só para ficar mais "piratesco".

Eu nem soube como reagir com tanta gentileza dessa vovózinha. Apenas dei um beijo no seu rosto e na sua mão.

Tem outro acontecimento também. Estava sendo um dia bem difícil, a semana toda foi, claro que ninguém sabia de nada, apenas eu, ainda mais que fazia de tudo que não transparecesse o que estava acontecendo comigo, não era importante, afinal.

Aquele dia mal tinha chego na praia e uma menininha de uns 8 anos veio correndo para me abraçar.

Me abraçou forte e disse "vai ficar tudo bem". Logo após saiu correndo. Não lembro de tê-la visto novamente depois disso...

Dizem que crianças são tão puras que sentem só de olhar e elas tem o poder de curar as pessoas ao redor. Obrigado pelo abraço daquele dia, menininha. Salvou meu dia.

Viu? Eu falei que tem coisas boas também. Não sou tão amargo ou ingrato como dizem.

Tem momentos que penso em "me aposentar" disso e seguir com outro trabalho. Fazer uma faculdade de astronomia ou outra coisa que me interessa e largar a "pirataria". Digo largar mesmo, nem para eventos ou ocasiões especiais. Tem momentos que cansa. Parece que não importa o que fazemos, nunca será o bastante. Ainda mais vivendo em um ambiente fútil, onde sabemos que somos apenas "palhaços", e que podemos ser substituidos por qualquer um. Frases do tipo "ninguém é insubstituível" é algo corriqueiro. Machuca as pessoas. Eu vi coisas que ninguém deveria ver ou passar. E não digo por mim apenas, mas por vários amigos e colegas de trabalho.

Mas acredito que estou onde deveria estar, fazendo o que deveria estar fazendo e o com que gosto. Estou há mais de 8 anos em Florianópolis, trabalhando com a mesma empresa. Já tive oportunidade para trabalhar em outros lugares. Tive uma ótima experiência, senão a melhor, que foi em Cancún, onde fui batizado como um verdadeiro Pirata do Caribe. Talvez um dia eu conte com mais detalhes.

Estou trabalhando na praia basicamente de outubro à abril. Após isso, "desapareço". Preciso me afastar de tudo e recuperar as energias para outro verão. Poucos sabem, mas tenho pavor com aglomeração de pessoas. Não me sinto bem de verdade em estar no meio de tanta gente. Só que claro, isso sou eu como pessoa dizendo, não o personagem. Sei separar as coisas, por isso até me sinto bem no barco ou praia lotada.

Saibam que sempre lembro como muito carinho todas as pessoas boas que conheci nesses mares. E lembro mais ainda daquelas que me dão presentinhos! Fica a dica aí.

Não sou o melhor. Longe disso. Não sou o mais parecido. Não sou o original. Não sou o que tem "selo da Disney". Não sou o primeiro. Não sou nada. Sou a versão mais pirata, apenas isso!

Mas garanto que faço o meu melhor todos os dias de verão. Tento dar alegria a todos.
Não importa se seja um dia colorido ou cinza, farei de tudo para jogar algumas cores na aquerela da vida.

"Vai ficar tudo bem!" Savy? ;]




Vale


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terça-feira, 9 de julho de 2019

Os anjos choram...

Este será um texto acredito que longo e um pouco reflexivo. Eu estava procurando ordenar melhor as palavras para escrever. Tenha paciência, pois para chegar ao ponto que quero, preciso contar outra história antes.

Dia 08 de junho de 2019, houve uma grande perca para os verdadeiros amante da música e principalmente, do Rock/Metal brasileiro e do mundo. O Maestro Andre Matos morreu.

Quem não conhece, por favor, faça algo útil e dê uma pesquisada rápida no google. Sei que talvez você nem conheça e pode estar pensando que é perca de tempo escrever, mas não é nada disso, afinal, pode ser útil até mesmo para você.

Em 1991 fundou o Angra, onde ficou até 2000. (Pesquisar: Carry On, Stand Away, Silence and Distance, Carolina IV, Lisbon) Nessa banda fez o seu nome e ganhou reconhecimento pelos 4 cantos do planeta, inclusive, tinha mais reconhecimento lá fora que no seu próprio país de nascimento.
Mas nem tudo são flores. Começaram a ter diferenças entre os membros da banda e empresários, de ambos os lados, e, assim, resolveu deixar o Angra, junto com outros membros. Esse era o ponto que eu queria chegar! Já volto nisso...

Resumir de forma extremamente rápida e curta a vida do Andre Matos. Com 13 anos formou sua primeira banda, o Viper. (pequisar: Living for the Night, Moonlight) Estudou música, piano, regência Orquestral, Composição Musical, habilitação em Canto Lírico e habilitação em Piano Erudito e acredito que mais.

Seguindo em 2000, Andre Matos criou e esteve no Shaman até 2006, onde novamente teve alguma diferença com outros membros. (Pesquisar: Ritual - o álbum todo)

Após isso, voltou a reunir-se com os membros do Viper em 2012. E, durante todo esse tempo, trabalhou em carreira solo e participou em vários projetos. Por favor, vá pesquisar os primeiros álbuns do Avantasia!

Agora vai ficando mais interessante...

Quando todos estavam desacreditados, achando que o orgulho era maior, foi então que anunciaram o retorno do Shaman, em 2018. Finalmente, parecia que todas aquelas intrigas e diferenças foram perdoadas. Orgulho e rancor foram deixados de lado. E, por fim, nós fãs, poderíamos ter o que queríamos: o verdadeiro Shaman!

Eu chorei de emoção por dentro. Pois, na época que o Shaman estava no auge, no início dos anos 2000, eu tinha entre 10 e 15 anos. Não tinha acesso à internet, nem amigos que gostavam desse estilo musical. Quero dizer, eu nem dava atenção à música.

Em 2007, acabei ganhando um cd do Angra, mas era o álbum com o cantor que "substituiu" o Andre. Gostei do som e fui pesquisar. Acabei preferindo os primeiros álbuns, justamente na voz do Andre. Fui seguindo seu trabalho, até que conheci o Shaman, com o DVD Ritualive (PROCUREM ISSO, SÉRIO!), isso já era 2007, Andre já havia saído da banda e eu nem sabia. Aos poucos fui conhecendo mais...

Ou seja, essa reunião do Shaman foi importante para mim, pois finalmente eu estava vivendo aquilo que um dia sonhei em ver.

Não só eu, como todos, até sonhavam com uma possível reunião do Andre com o Angra. Imagina só? Depois de 20 anos algo assim acontecer. Mas, sabíamos que tudo isso era quase impossível, já que havia várias declarações que jamais haveria uma reunião.

Em todo caso, era dia 02 de junho de 2019, eu estava em São Paulo, pronto para ver o show do SHAMAN E AVANTASIA, onde nessa outra banda o Andre também teve participação especial em várias músicas, mas nesse show cantou em apenas uma canção.

Eu vi de perto aquele magnífico show. Valeu a pena ficar horas naquela van apertada e depois em pé assistindo.
Uma semana depois... Andre Matos morreu.

Justamente após conversas que ele estaria pensativo sobre uma reunião com o Angra...

...

Sabe aquele vazio que jamais será preenchido? Que literalmente, jamais será preenchido. Não importa o que façamos. Não importa o quanto tentem. Não importa o quanto falem. Jamais.

Viu só? Como o ego e desavenças podem acabar com coisas importantes? Em primeiro lugar: não estou julgando ninguém. Não sou ninguém para isso. Acredito que todos tem os seus motivos para as mais diversas reações e relacionamentos. Todos tem o seu tempo. Todos sentem de maneira diferente. Todos são diferentes. Eu sei. Ninguém sabe o que a outra pessoa está sentindo ou pensando.

O fato é que tomei isso como exemplo para minha vida. Quero dizer, hoje, fico pensando, não necessariamente pensando, de ficar "martelando" na cabeça , mas penso em várias pessoas que conheci no passado e procurando se tenho algum sentimento mal resolvido. Algo a ser perdoado. Se tenho alguma amizade que gostaria de reatar, qualquer coisa assim.

Tenho amigos que conheço desde quando me entendo por gente, quando nós tínhamos 5 anos de idade , hoje tenho 29. Ou seja, 24 anos de amizade. Uma vida. Bem mais que os 20 anos que o Andre Matos se afastou do Angra. Por isso penso: como seria me afastar tanto tempo assim desses meus amigos. Assim como outros amigos, digo estes em específico, pois são meus amigos mais antigos.

Imagine o que não passa na cabeça de uma pessoa quando se afasta de amigos ou pessoas importantes, e simplesmente deixam de se falar, como se nunca tivessem existidos. Quais as razões? Quais os motivos?

Quero dizer... às vezes, vale mesmo a pena guardar rancor e orgulho?

Estou apenas refletindo. Sei que não sou uma pessoa perfeita. Não sou fácil. E óbvio, sei que sou orgulhoso, do tipo virado no diabo mesmo!

E se você... soubesse que morreria amanhã, você diria um "adeus" a aquele seu amigo que não fala há anos?

Você... diria outra vez que ama ou sente saudades daquele antigo amor? Mesmo que não exista mais aquele amor da forma apaixonada, mas tenha um amor no sentido de respeito, carinho ou amizade. Às vezes, pode restar essa parte boa. É difícil, eu sei.

Você... que brigou com seu pai há anos e mal se falam agora, saberia conviver com aquele sentimento de "não tive um último abraço"?

Hoje, há várias pessoas que já foram importante na minha vida e já não estão mais presentes, algumas eu até gostaria de falar algo novamente. Já outra, não faz tanta diferença assim. Acho que estou em paz, ao menos comigo mesmo. Digo, nesse momento de agora que estou escrevendo essas linhas, pois amanhã posso simplesmente ter algum outro surto ou chilique e mudar meu pensamento. Mas agora estou tranquilo com todos. De minha parte, claro. Já que todos sabem que, seguramente, obviamente, em qualquer outra parte do mundo, há alguém relutando querendo vir me dar um "oi" sequer. Ay, que vida cruel!

As melhores lições são (in)justamente aquelas mais doloridas.


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♫♫ "So carry on, there's a meaning to life
Which someday we may find
Carry on, it's time to forget
The remains from the past" ♫♫

#RIPAndreMatos
https://www.youtube.com/watch?v=JPQJBvS8v1U


Vale

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quarta-feira, 19 de junho de 2019

A visita da Princesa

Fazia tempo que eu não a via em sonhos. Esse sonho foi diferente. Intenso, calmo e sutil.

Era começo da temporada, eu estava voltando para meu trabalho na praia, porém, o lugar estava diferente. A praia era outra. O trapiche era diferente, em "T", não aquela longa passarela que estou mais acostumado. Também havia uma vegetação ao redor e algumas montanhas. Na realidade, deveria ser um rio, não um mar de água salgada. Só que isso não foi algo que me chamou atenção de início. Apenas quero contar todos os detalhes que ainda lembro.

Era tudo diferente, mas as pessoas eram as mesmas. Até mesmo vi pessoas que não tenho contato próximo, conheço apenas por trabalharmos no mesmo lugar.

Estava indo para o barco, mas antes cumprimentei uma amiga. Me aproximei e ela estava com os olhos em lágrimas. Apenas sorriu e apontou com os olhos em direção ao trapiche:
- É ela.
Olhei fixo sem acreditar. Era mesmo a princesa correndo e sorrindo. Brincando com todos, como sempre fazia.

Imediatamente, larguei minha mochila no chão e saí correndo para abraçá-la, mas ela embarcou no barco que estava saindo, não tive tempo.

Fiquei esperando, afinal: o que era algumas horinhas comparado a todo esse tempo que aguardo seu retorno!?

Agora o cenário era outro. Havia uma montanha de fundo, que não estava tão distante, estávamos uns 20 metros de onde ela começava. Eu estava dentro de um pequeno barco que estava naquele gramado. Parecia ser um antigo barco. Antigo, mas "atual", devia ter uns 10 metros, uma pequena escuna. Este barco parecia ter sido deixado de propósito ali, era um lugar de encontro para todos, como se fosse um banco de praça ou um barzinho. Ali havia mais pessoas que também estavam esperando.

De repente, a vejo voltando, caminhando em um carreiro detrás da montanha.

Tinha um pequeno rio, um córrego, de meio metro de largura, saindo do pé da montanha e passando próximo ao barco.

Desci do barco e a ajudei a atravessar o pequeno "riozinho". Em seguida, a abracei tão forte, que parecia que estava sentindo outra vez ela perto de mim. Eu chorava igual criança que acabou de perder a sua figurinha favorita do chiclete.

Mas ela não parecia se lembrar muito de mim. Ou melhor, lembrava, mas não sabia quem eu era. Seu olhar nostálgico queria me dizer algo, fiquei esperando qualquer palavra...

Então, me dei conta de algo...

Que eu estava de joelhos abraçando ela... ela estava bem menor... do tamanho de uma criança de 4 ou 5 anos...

Foi quando a olhei e pensei: "ela reencarnou e já está desse tamanho".

A Princesa sorriu.

Acordei.


(15/06/2019)

Vale


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sábado, 12 de janeiro de 2019

Em que momento nos perdemos?

Não costumo contar relatos reais aqui, ao menos não tão declarado como vai ser esse texto, mas dessa vez será algo "baseado em fatos reais". Embora não seja usado nomes verdadeiros.

Não tão recentemente, tive uma experiência, no mínimo, "diferente". Diferente de tudo que já fiz, onde conheci um pouco de em um mundo que jamais imaginei como fosse de verdade. Acabei conhecendo uma pessoa maravilhosa, que se tornou uma querida amiga.

Era um dia aleatório qualquer, quando fomos apresentados. Não desconfiei no início, mas logo soube que essa jovem era uma prostituta, mulher da vida, chame-a como quiser, porém com respeito! Valéria era seu nome. Naquele momento, eu não me encontrava na minha melhor condição mental, quer dizer... E quando estou?!

Acabei indo até o apartamento dela, onde conversamos muito e parecíamos amigos de muitos anos. No meio da conversa, comentei do livro "O Segredo", resumidamente fala sobre pensar nos seus sonhos, acreditar, pois um dia irá acontecer. Apresentei o documentário na internet e logo depois fui embora.

Dias depois, acabei vendo esse mesmo livro na livraria, e pensei "Por que não comprar de presente?", mas logo imaginei que pela empolgação dela, ela mesma iria comprar, então comprei um outro livro da mesma escritora.
Entrei em contato com a Valéria e comentei que tinha comprado um presente. Ela falou que já sabia que era o livro e já tinha encomendado, mas retruquei falando que tinha desconfiado que ela mesmo iria comprar, e por isso comprei outro da mesma escritora. Sou um gênio, afinal.

Combinamos de nos encontrar e fui até a casa dela, onde ficamos conversando por algumas horas. Até que ela me falou que não conhecia muito da cidade que estávamos. Na mesma hora, a convidei para ir comer algo e apresentei vários lugares interessantes.

Quem diria que aquela jovem, com toda aquela história em sua vida, com o trabalho que tinha, com a experiência e sofrimento que poderia ter passado, seria apenas uma criança correndo naquela areia junto ao mar? Quem diria que por trás daquela mulher, havia uma menina inocente ainda com esperança nos olhos. Seu sorriso era lindo e único. Há muito tempo eu não via algo assim.

Voltando para seu apartamento, ela tomou banho e me chamou para o quarto. Eu disse que não tinha vindo para isso, que só queria a sua amizade. Ela ficou totalmente sem jeito. Aposto que nunca tinha passado por isso.

Acredito que se eu contasse isso para meus amigos, iriam rir de mim, por não ter "aproveitado". Um amigo em especial, vai ler isso, tirar "print" e rir de mim. E pergunto, o que é mais importante: uma amizade sincera ou algumas horas de prazer?

Voltamos a sair algumas vezes e ainda temos contato. Ela me conta os segredos e eu lhe confesso os meus.

E quem diria... A "puta", era mais verdadeira que a santinha.


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Hoje, vejo o mundo, as pessoas, com um olhar diferente. Às vezes, com pena. Às vezes, tentando descobrir o que passa em suas cabeças. Às vezes, tentando entender toda aquela dor sem fim.

Vejo tantas jovens com suas belezas sendo impostas e vendidas para todos. Muitas esfregando seus corpos na cara de desconhecidos, apenas para serem aceitas e fingindo não se importar com nada. Vejo tantas jovens perdidas em festas e baladinhas, onde mais parecem desesperadas por uma busca de quantidade ilimitada de prazer por onde passam. 

Me pergunto: quando foi que essas jovens mataram aquela menina inocente que caminhava pela praia? Quando foi que se perderam por causa de um antigo relacionamento que não deu certo? Quando foi que deixaram de dar valor aos seus corpos e sentimentos?

Algumas pessoas fazem isso por gostarem, claro. Não irei generalizar nada. No entanto, há pessoas que fazem isso para fugirem da realidade. Eu sei disso, pois já me contaram. Cada um é livre para pensar e agir como bem entender, eu sei. Mas... por que se iludem tanto?

Muitas pessoas usam antigos acontecimentos como justificativa das coisas ruins que acontecem no presente. Culpam outras pessoas. De fato, outras pessoas podem ser a causa dos seus problemas atuais, mas nós mesmos somos quem deixamos nos machucarem. Deixamos que nos machuquem quando ficamos calados e não nos defendemos. Abaixamos a cabeça, apenas para não contrariar a outra pessoa. Somos a causa dos nossos problemas e também somos a cura dos nossos problemas.

Só não perca a sua bondade e inocência. Não deixe morrer aquela menina que brincava na praia...

Não deixe que o mundo ao redor, destrua seu mundo interno.




Vale


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