sexta-feira, 25 de março de 2011

Menina da Biblioteca

Jamais havia entrado naquela biblioteca antes. Na realidade, nem sabia que aquele lugar era umabiblioteca. Até tinha ouvido lendas e relatos que era uma, mas nunca me interessei em entrar.

Como estava sem fazer nada, resolvi entrar e procurar um livro. Logo fui atendido por uma senhora muito simpática. Ela me ajudou a procurar os livros que eu procurava. Na segunda, ou terceira vez que a jovem senhora foi procurar outro livro para mim, avistei uma linda loira alta de olhos azuis. Ela trabalhava lá. Naquele momento, ela estava organizando uns livros.

Foi amor a primeira vista! Por parte dela, lógico.

Para mostrar que era benevolente, me aproximei e dei uma chance dela falar comigo. Sem saber o que dizer, ela perguntou:

- Posso ajudá-lo em algo? – ela sorriu de uma maneira graciosa.

- É, talvez. – respondi – Veremos se você é boa o bastante para mim.

Ela pareceu ter ficado nervosa. Pois, duvidei de suas capacidades intelectuais e físicas. Além de desconfiar das habilidades bibliotecarísticas dela.

- O que é? – abaixou a cabeça.

- Gostaria de ler aquele livro lá em cima. – e apontei para um livro localizado na parte mais alta da estante.

Sem dizer nada, ela tentou alcançar o livro. Mas ela não alcançava. Ficou nas pontas dos pés e nada do livro vir. A cada tentativa, ela parecia mais desanimada. Fez de tudo para mostrar o que sentia por mim, mas de nada adiantou.

- Espera um pouco que vou pegar um banquinho. – disse ela, mostrando que realmente estava se esforçando.

Esperei e logo após uns 10 segundos ela voltou. Estava suada e ofegante. Acredito que tenha saído correndo para buscar o banquinho e para ficar perto de mim novamente.

Pediu licença, colocou o banquinho no chão e subiu. Porém, ainda não alcançava.

- Um momentinho. – eu disse, fazendo sinal com as mãos para ela descer.

Ela desceu e ficou me observando admirada.

Tirei o banquinho do caminho e peguei o livro. Sem nenhuma ajuda.

- Aqui está! – disse o herói.

- Se você alcançava sem ajuda, porque esperou tanto para pegar? – perguntou ela espantava com a minha força.

- Apenas queria lhe dar uma chance para mostrar algum esforço por mim, minha donzela. – respondi.

Ela ficou estática. Sem mexer um músculo,

Entreguei o livro em suas mãos e fui embora. Ela abraçou livro e uma lágrima caiu de seus lindos olhos azuis.

- Não chore, minha donzela, voltarei para lhe dar outra chance.

- Obrigada amor. Eu te amo!


Vale





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