segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Acreditamos naquilo que queremos

Por que temos a estranha fantasia de usar a nossa imaginação como realidade de outras pessoas?

Recentemente, publiquei uma foto aleatória, perguntando sugestões de nomes. Apenas isso. Jamais imaginei que algo tão bobo pudesse criar tanta expectativas, se assim posso chamar. Quem me conhece e acompanha meu trabalho, sabe do que estou falando.

De repente, veio uma enxurrada de comentários dando parabéns, achando que eu iria ser pai (???). Em momento algum, afirmei isso e cada vez a bola de neve foi aumentando. Tudo por causa da estranha fantasia da cabeça de vocês. Bom, confesso que deixei e dei comida aos porcos. Não iria fugir de uma boa "treta", ainda mais quando envolvia a mim mesmo. Ay, esse meu ego inflado.

Era para ser apenas uma interação aleatória, por causa do meu trabalho. Acabei tomando isso como exemplo e inspiração para escrever algo que há tempos queria.

Já reparou, como nós temos o costume de querer saber de tudo que se passa na vida dos outros? Não por se importar, mas apenas para alimentar a nossa sede de curiosidade.

Antes que me entendam mal, reconheço e sei quais foram os amigos que perguntaram, pois se importam comigo, sei muito bem quais são. Foram os mesmo que expliquei o que estava acontecendo e levaram na brincadeira. Jogo que segue e está tudo certo. Alguns ficaram ofendidos, coincidência que foram os mesmo que nunca considerei como amigo de verdade.

Houve pessoas que nunca sequer conversei e vieram perguntar algo que seria de total irrelevância a eles. Mas a sede de curiosidade era maior, não é?

Agradeço aos amigos verdadeiros que perguntaram por se importar. Aos curiosos? Sim, é verdade. Serei pai de 5 ovelhas, 3 cachorros e mais 2 exús! Podem acreditar, afinal está na internet.

Nessas horas, vemos como o mais importante é estar na frente dos outros, e saber o que está acontecendo com pessoas que não fazem diferença em nossas vidas. Digo assim, pois tem pessoas que mal conheço e sei que não sou importante, não tem razão para eu ter sido importante, e ainda sim vieram perguntar com tom maldoso.

Quantas vezes, você não viu em alguma rede social, alguém postando uma imagem escrito "LUTO", e lá foi você dizer: "quem morreu? O que houve? Meus pêsames." Há tempos tenho reparado isso e não tinha sentado para escrever sobre o tema.

Não faça isso. Se você foi importante para a pessoa que faleceu, ou para os amigos e familiares, não tem razão de perguntar, se você era importante, vai estar sabendo o que realmente houve.

Já observei a situação e também estive próximo de pessoas que sentiram a morte de alguém, inclusive eu. Conheço ambos os lados.

Calma aí! Sei que tem pessoa lendo e pensando "Mas pode ser que algum importante amigo meu tenha morrido e eu não fiquei sabendo, não significa que eu não me importe". Muito bem, jovem aprendiz de coveiro, você está corretíssimo! Todo o meu texto me refiro aos jornalistas curiosos de plantão.

E óbvio, não sou ninguém importante para você. Não precisa estar lendo isso pensando "em que momento devo parar de ler? Esse maluco acha que sabe muito das coisas."
Eu não sei de nada. Sou apenas um maluco que não sabe de nada. Você está certo outra vez. (risos)

Devemos aprender a ficar quietos nos momentos errados. E falar nos momentos certos.

Se a sua opinião não é importante, não fale, não comente, não pergunte.
Se a sua presença não é importante, não fale, não comente, não pergunte.
Se a minha presença não é importante, não fale, não comente, não pergunte!




Vale


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